Salto está à beira de uma crise de saúde pública alarmante. Segundo o mais recente relatório da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado em 13 de maio de 2025, a cidade já contabiliza 3.470 casos confirmados de dengue neste ano, com seis mortes em investigação e outras seis já confirmadas. A epidemia atinge níveis alarmantes, com a doença se espalhando rapidamente em praticamente todos os bairros, sem que se veja uma resposta eficaz do poder público para conter o avanço.
Os números são assustadores: mais de 9.200 notificações, com quase 3.900 casos descartados, mas um total de 3.147 casos autóctones – ou seja, contraídos dentro do próprio município. Esses dados escancaram a incapacidade das autoridades em controlar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, e expõem a população a riscos evitáveis.
Descontrole e Falta de Ação
Ao longo das semanas epidemiológicas de 2025, os números dispararam, com picos que ultrapassam 600 casos em uma única semana, como registrado na 19ª semana. Esses dados indicam uma falta evidente de planejamento e controle, que permitiram que o surto se alastrasse de forma incontrolável, expondo a população a riscos desnecessários.
Prefeitura Ignora os Sinais e População Paga o Preço
A gestão municipal, liderada por Geraldo Garcia, falha não apenas na prevenção, mas também na transparência. Não há campanhas visíveis, nem ações estruturadas para eliminar os focos do mosquito ou orientar a população sobre os riscos e medidas preventivas. O resultado é um sistema de saúde sobrecarregado e uma população exposta a uma doença que poderia ser amplamente controlada com medidas simples e eficazes.
Além disso, é evidente a falta de coordenação entre as diferentes esferas do poder público, que parecem mais preocupadas em evitar o desgaste político do que em resolver a crise sanitária que se agrava a cada dia.
Crise Prevista, Resposta Ausente
O mais chocante é que esta crise não deveria ser uma surpresa. A ausência de políticas preventivas, a falta de manutenção regular de áreas públicas e a negligência com saneamento básico foram sinais claros de que um surto era iminente. O preço dessa irresponsabilidade agora é pago pela população, que sofre com os sintomas graves da doença, filas em hospitais e, tragicamente, com mortes evitáveis.
Salto, que já enfrentou desafios semelhantes em anos anteriores, parece não ter aprendido com seus próprios erros. Enquanto a cidade luta contra o mosquito, a prefeitura permanece inerte, permitindo que a doença avance sem controle.
Se nada for feito com urgência, Salto corre o risco de se tornar um triste exemplo de como a falta de liderança e compromisso com a saúde pública pode transformar uma cidade inteira em terreno fértil para a tragédia.